Vacinação em Paciente Oncológico : tudo o que você precisa saber

A vacinação em pacientes oncológicos ainda gera muitas dúvidas — tanto entre pacientes quanto entre familiares. É comum ouvir que quem está em tratamento de câncer ou passou por um transplante de medula óssea não pode tomar vacinas. Mas isso não é verdade. Na realidade, essa crença pode atrasar medidas de proteção essenciais para a saúde desses pacientes.

Segundo o Dr. Igor Morbeck, médico oncologista e Diretor Médico Regional da Oncoclínicas no Distrito Federal, a recomendação das principais sociedades médicas internacionais é clara: pacientes em tratamento oncológico devem ser vacinados.

Claro, essa recomendação vem com algumas ressalvas importantes, especialmente em relação ao tipo de vacina e ao momento do tratamento em que o paciente se encontra. Um dos pontos mais relevantes é o cuidado com vacinas de vírus vivos atenuados, que geralmente não são indicadas para pacientes imunossuprimidos — como aqueles que fazem quimioterapia ou imunoterapia. Exemplos incluem algumas versões da vacina contra o vírus influenza e a tríplice viral.

Mas isso não significa que esses pacientes devam deixar de se proteger. Muito pelo contrário. Vacinas como as contra hepatite B, pneumococo, tétano, difteria e a própria influenza (na versão inativada) são não só seguras, mas altamente recomendadas.

Em pacientes que passaram por transplante de medula óssea, a necessidade de revacinação é ainda mais crítica. Após o transplante, o sistema imunológico é profundamente alterado. Mesmo que a pessoa já tenha sido vacinada anteriormente, ela precisa refazer praticamente todo o calendário vacinal, pois o sistema imune foi “reiniciado”. O momento ideal para iniciar esse novo esquema pode variar, mas algumas vacinas já podem ser administradas a partir do quarto mês após o procedimento.

A orientação médica individualizada é fundamental. É o oncologista ou hematologista quem deve avaliar cada caso, considerando o tipo de câncer, o tratamento em andamento e o estado clínico do paciente. Essa conduta cuidadosa permite proteger o paciente sem expô-lo a riscos desnecessários.

Vacinação é uma das estratégias mais simples e eficazes para prevenir infecções graves, que podem ser fatais em pacientes com baixa imunidade. Portanto, se você está em tratamento oncológico ou já passou por um transplante, converse com seu médico e mantenha seu esquema vacinal atualizado.

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